quarta-feira, 6 de maio de 2015

Humildade, uma característica dos grandes treinadores


Estive recentemente em Portugal no Fórum do Treinador, em Santarém, e no final do certame saí com a convicção reforçada de que a humildade é um traço fundamental na personalidade dos grandes treinadores.
Também é certo que alguns deles são arrogantes ou "especiais", mas para mim, um grande treinador é um grande homem também.
E fiquei com essa impressão de uma forma mais vincada quando assisti à apresentação de Luís Castro, actualmente treinador do FC Porto B, que foi meu colega das formações UEFA A e  Pro.
Além de apresentar as suas ideias com clareza e sabedoria, sublinhou humildemente que não estava ali (no Fórum) para ensinar ninguém, apenas para partilhar ideias e factos da sua (importante) experiência.
Ao comparar este exemplo com o de alguns pseudo-treinadores que conheço e que se julgam os "supra-sumo" do futebol, apetece-me dizer "oh Cristo vem cá abaixo ver isto"...
 Obrigado Luís.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Palavras para quê? é um artista Português!



                                                                                Sem comentários!

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Experiência inesquecível


Considero a minha Formação Executiva de Elite sobre o Futebol Profissional, em Lisboa, como um dos melhores momentos da minha vivência no Futebol.
Há muito tempo que o Futebol deixou de ser um jogo para se transformar, cada vez mais, num negócio com variadas vertentes. Por isso, considero fundamental uma constante modernização e actualização de conhecimentos sólidos através de experiências e intercâmbios para a minha evolução, sobretudo junto de pessoas competentes e conceituadas como foi o caso.
A vasta gama de novas tecnologias ligadas ao desporto-rei - que tive o prazer de conhecer e aprender a utilizar - ajuda também a preparar aqueles que querem ser melhores  no desempenho de funções em Clubes e Organizações de Futebol ao mais alto nível.
Acabo de juntar ao meu curso de treinador UEFA Pro - IV Nível o de Director Desportivo
que me vai permitir desempenhar um leque mais alargado de funções no Futebol.



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Cristiano Ronaldo condecorado por Cavaco Silva no Palácio de Belém



O Presidente da República, Cavaco Silva, condecorou esta segunda-feira o futebolista internacional português Cristiano Ronaldo com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em cerimónia que decorreu no Palácio de Belém.

No seu discurso, Cavaco Silva lembrou que "Ronaldo representa a coragem de acreditar. O sucesso de Ronaldo é o sucesso de muito trabalho. Traz alegria a milhões de pessoas e tem o condão de unir os portugueses. Homenageamos hoje o cidadão português Ronaldo conhecido no Mundo como nenhum outro".

Após a cerimónia, que se realizou no Palácio de Belém, em Lisboa, Ronaldo disse ter vivido "um momento de grande orgulho" quando recebeu a condecoração do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que justificou a decisão pelo contributo que Ronaldo tem tido na projecção internacional de Portugal.
O futebolista internacional português  disse ainda que a condecoração com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique lhe dá "motivação para trabalhar mais e melhor" no sentido de "representar Portugal ao mais alto nível".

"Obviamente é um momento especial para mim e para todos os portugueses também. Estou extremamente contente e espero continuar a minha caminhada até ao final da carreira alcançando grandes troféus e grandes êxitos, a nível pessoal e colectivo e em nome do meu país também", disse.

O avançado do Real Madrid, que mostrou a Cavaco Silva a Bola de Ouro de 2013, distinção atribuída ao melhor futebolista mundial do ano e que tinha conquistado pela primeira vez em 2008, justificou a ausência da família devido a "compromissos pessoais e profissionais".

A condecoração estava inicialmente prevista para dia 7 de Janeiro, mas foi adiada para esta segunda-feira devido à morte de Eusébio a 5 de Janeiro. A cerimónia acontece uma semana depois de o jogador ter sido distinguido com a Bola de Ouro da FIFA do ano de 2013.

No dia do anúncio da condecoração, a 3 de Janeiro, o chefe de Estado justificou a homenagem a Cristiano Ronaldo por considerar que este "tem sido um símbolo de Portugal em todo o mundo".

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Melhor do mundo só há um, o Cristiano e mais nenhum!

Foi com imensa satisfação que segui a par e passo a gala da FIFA, em Zurique, na qual Cristiano Ronaldo foi eleito – com toda a justiça – o melhor jogador do mundo.
A emoção valeu-me uma lágrima ao canto do olho quando Cristiano não se conteve e chorou ao receber o troféu, ao ver o filho subir ao palco e correr-lhe para os braços.

Esta distinção é a justa recompensa do talento de um jogador fora de série e "a vitória do desejo", como um jornal desportivo espanhol intitulou na sua manchete.

Foi um dia histórico para o futebol português e para os portugueses de todo o mundo. Depois de Eusébio ter ganho a Bola de Ouro em 1965 e de Luís Figo ter repetido o feito do "King" em 2000, Cristiano Ronaldo chegou novamente ao trono, tornando-se no primeiro futebolista português a ser eleito duas vezes o melhor do Mundo, depois de já ter sido distinguido em 2008, então ao serviço do Manchester United.

Numa vitória quase unanimemente reconhecida como merecida, surgem sempre as vozes da discórdia, entre as quais se destaca a de Michel Platini. O actual presidente da UEFA confessou estar "muito decepcionado e triste" pelo facto de o seu compatriota Ribéry ter ficado na terceira posição, atrás de Messi e de Cristiano Ronaldo, defendendo que o jogador do Bayern ganhou "tudo o que havia para ganhar" com o colosso da Baviera.

Pois é, senhor Platini, a dor de cotovelo é chata...

Não posso deixar de reconhecer que o jogador francês coleccionou vários títulos em 2013 com o Bayern, e que a performance global é também levada em conta nos critérios de avaliação da FIFA.

No entanto, a Bola de Ouro é um prémio que distingue o jogador na sua individualidade, pelo seu valor intrínseco e pelo que consegue "dar" à sua equipa.

Ribéry, que reconheço ser um excelente futebolista, tem a felicidade de fazer parte de uma equipa quase perfeita e que conseguiu uma temporada excepcional, fruto de um trabalho de conjunto tremendo. Por seu lado, Cristiano Ronaldo foi e continuará a ser a "trave mestra" no Real Madrid e na Selecção Nacional.

O número completamente invulgar de golos que conseguiu (69 em 59 jogos) não tem precedentes, e se a este facto juntarmos as duas exibições fenomenais frente à Suécia nos jogos do "play-off" para o Mundial, temos de reconhecer que estamos a falar de jogadores diferentes.

Cristiano levou "às costas" a selecção lusa no apuramento para o Mundial do Brasil, facto que no meu entender foi fundamental para esta vitória. Foi a prova inequívoca de que basta um jogador para mudar o rumo dos acontecimentos.

Cristiano Ronaldo é um internacional fora de série e um modelo único de profissionalismo. Encheu de alegria os portugueses e é um modelo para os mais jovens no nosso país e em todo o mundo. Tem a particularidade de unir todos os portugueses, onde quer se estes se encontrem.

O mundo do futebol reconheceu o talento do nosso "ás de trunfo" e aplaudiu. Melhor do mundo só há um, o Cristiano e mais nenhum!

E para os que sofrem de azia, recomendo Kompensan. Existe em todas as farmácias, é barato e alivia bastante as más disposições...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Obrigado, Eusébio

Como alguém já disse, escrever sobre Eusébio sem cair nas banalidades e nos lugares comuns não é fácil.

Mas não posso deixar de reiterar a ideia de que Eusébio foi o maior jogador português da sua geração e sobretudo um grande ser humano, exemplo de humildade e fair-play . Como herói popular, foi uma das raras figuras de consenso capazes de criar uma unidade de opiniões e afectos, independentemente da cor clubista de cada um. O "Pantera Negra" obteve um estatuto ímpar no futebol nacional, tornando-se num embaixador de excelência.

Ainda pequeno, pela mão do meu pai, lembro-me de o ver jogar no estádio do Bonfim, em Setúbal, a última das quais ao serviço do Beira-Mar, quando já mesmo em final de carreira ainda era a grande referência da equipa.

Eusébio era filho do futebol puro que nada tem a ver com o "industrial" de hoje. O Pantera Negra arrastava multidões para o verem jogar ao domingo à tarde, o dia da família, quando Portugal ainda estava fortemente arreigado à famosa trilogia dos "efes": Fado, Fátima e Futebol.

Tive o privilégio de ter convivido com o "Rei" algumas vezes na minha vida. A primeira das quais quando defrontei o Benfica num jogo-treino no relvado anexo ao estádio da Luz. Estava eu ao serviço do Cova da Piedade, treinado então por Mário Wilson, também ele moçambicano e grande referência do futebol português. Na altura (1987) eu cumpria o serviço militar na Marinha e não dei grande importância ao jogo, apesar de curiosamente ver que Eusébio assistia ao mesmo junto do velho capitão (Wilson), no nosso banco de suplentes. No fundo, achava que ele nunca iria olhar para mim e que estava ali só para falar com o seu amigo de longa data. Afinal, quem era eu?

Afortunadamente, no último minuto, foi assinalada uma grande penalidade contra o Benfica que me encarreguei de marcar. Mas falhei. Delgado, na altura o guarda-redes do Benfica, desviou para canto o remate frouxo e o árbitro apitou para o final do jogo.

Para espanto meu (e de muitos) Eusébio dirigiu-se a mim e disse-me: "Oh miúdo, é assim que se marca um penálti?". E o meu coração disparou. O "King" estava a falar comigo, a dar-me um raspanete, como se eu tivesse alguma importância para ele. Nem consegui responder, de tão atrapalhado que fiquei.

"O que fizeste foi livrar-te da bola, parece que estavas com pressa de ir para o duche e remataste sem a menor convicção", disse-me Eusébio, perante o olhar de todos no campo.

"Anda cá!", chamou-me. "Um pénalti não é para se falhar. Nem no primeiro, nem no último minuto", e levou-me para a grande área.

Apanhou a bola e explicou-me olhos nos olhos: "Agarras na 'menina' e colocas na marca. Olhas para o guarda-redes e para a baliza. Respiras fundo e concentras-te profundamente. Escolhes para onde queres colocar a bola e partes para bater com convicção, ok?". E voltando-se para o árbitro (improvisado para aquele jogo), disse-lhe, piscando o olho: "Ele vai bater outra vez, porque o Delgado mexeu-se".

Com o coração a duzentos à hora, coloquei a bola na marca. A responsabilidade era muita, porque não queria desiludir o "King". Depois da atenção que ele tivera para comigo, não podia falhar. Corri e bati colocado, com força, e a bola anichou-se na baliza fora do alcance de Delgado. Eusébio olhou-me e disse: "assim é um penálti à jogador, já podes ir tomar duche", e despediu-se com um forte aperto de mão, momento que guardo com extremo carinho até hoje.

Esta história espelha a dimensão do "Pantera Negra". Eusébio esteve sempre consciente da sua grandeza, mas nunca deixou de fazer da humildade companheira. Transpirava futebol. Foi o expoente máximo do profissionalismo e em todos os momentos deixou a sua impressão digital.

Já em 1999 tive o prazer de o acolher no Luxemburgo. Acompanhado de João Malheiro, veio ao Grão-Ducado lançar o livro "Obrigado Eusébio", da autoria do conhecido jornalista e amigo íntimo do Pantera Negra.

Fiz a reportagem sobre o livro com o Eusébio e falei-lhe do episódio do penálti. Respondeu-me simpaticamente que tinha uma vaga ideia, reforçando com um sorriso: "Eh pá, vivi tantas histórias"...

Ficou-me para sempre gravada na memória uma das suas frases na nossa conversa de despedida, quando me disse perto do aeroporto: "Sabes, ser bom é também ser humilde. Nunca te esqueças".

Farei os possíveis por não esquecer. Obrigado, Eusébio, os grandes como tu são imortais!