segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vida difícil, a de um Treinador...

No mundo do futebol, passar de bestial a besta num abrir e fechar de olhos é uma situação que se torna, infelizmente, cada vez mais comum. Como se não bastasse o peso dos resultados, que pode mudar a vida de um treinador a qualquer momento, a competitividade e as exigências a todos os níveis geram comportamentos difíceis de controlar e até mesmo de explicar. Exemplo disso, é cada vez maior a contestação a André Villas-Boas, treinador do Chelsea, e Domingos Paciência, do Sporting - embora a este de forma menos exuberante - pelos resultados menos conseguidos das respectivas equipas nos últimos jogos. E se nos lembrar-mos que estes dois técnicos portugueses fizeram recentemente parte do "top ten" da lista dos melhores treinadores do mundo, parece que algo está errado. E, de facto, só pode estar. Não com os treinadores, mas com quem os contesta e critica. Villas-Boas cometeu na época passada "apenas" a proeza de ganhar tudo o que havia para ganhar com o FC Porto a nível nacional e internacional. Domingos Paciência, em dois anos de trabalho no Sporting de Braga, consolidou o estatuto nacional e internacional dos minhotos, com um segundo e um quarto lugares a nível interno e uma excelente campanha na Liga Europa que teve como culminar a final da Liga Europa frente ao FC Porto, facto inédito no futebol português. Como dizia Manuel Cajuda numa recente entrevista, "é bonito falar mal dos outros. É intelectualmente forte ser destrutivo nas palavras e falar mal dos outros". Normalmente, quem critica, nunca fez nada digno de ser realçado, e muitos deles não passam de frustrados e aves de mau agouro. Nunca lhes ocorreu que o Chelsea, por exemplo, tem uma equipa envelhecida e sem fim de ciclo, que tem vindo a perder os níveis de competitividade evidenciados no seu auge na era de Mourinho, não podendo rivalizar com os "colossos" de Manchester, fazendo-o muito acusto com equipas como o Totenham, Arsenal ou o Liverpool.
No Sporting, Domingos herdou um acumular de problemas internos que se têm multiplicado nos últimos anos, como o prova a "falência técnica" em que o clube se encontra. A organização nos clubes é fundamental e só ter bons jogadores, hoje, já não chega para se obter títulos. As estruturas dos clubes, nomeadamente as que se ocupam do futebol profissional, sofreram uma evolução qualitativa e quantitativa a todos os níveis. Para se ganhar e ser competitivo, a gestão dos clubes tem de ser feita de dentro para fora, por pessoas competentes e qualificadas. O futebol tornou-se um negócio gigantesco e um jogo de influências onde os múltiplos interesses desvirtuam a verdade desportiva, provocam danos e fazem vítimas muitas vezes de forma lesiva e irreparável...

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